Um levantamento feito pela consultoria S&P Global mostrou que o brasileiro vem buscando cada vez mais conforto ao dirigir. De acordo com o estudo, o volume de vendas de carros automáticos no Brasil nos últimos dez anos saltou de 15% de participação, em 2012, para mais de 60%, em 2022.
Essa pesquisa vai de encontro com a previsão da Bright Consulting, que estima um aumento dessa tendência. O estudo indica que o câmbio manual estará em apenas 5% dos carros vendidos no país até 2023, ficando restrito a alguns nichos do mercado, como modelos esportivos ou sendo comercializado sob encomenda em concessionárias.
Segundo a Jato Dynamics, entre todos os carros automáticos vendidos no Brasil, 39,7% são equipados com a transmissão convencional com conversor de torque, 20,5% são do tipo CVT (Transmissão Continuamente Variável) e apenas 1,9% utiliza o sistema automatizado.
O tipo de câmbio automático, no entanto, varia de acordo com o fabricante e as preferências do mercado, não havendo um modelo ideal, uma vez que cada transmissão conta com uma característica diferente que pode ou não agradar ao consumidor.
Tipos de câmbio automático
- Câmbio automático convencional: esse sistema funciona com um conjunto de discos que, alinhado a um conversor de torque, acoplam-se para realizar a passagem das marchas, permitindo trocas suaves de marcha, com a ausência dos “trancos”, além de apresentar uma maior durabilidade em comparação aos outros tipos de transmissão.
- Câmbio automatizado: sua função e operação são praticamente idênticas às do automático convencional, com a vantagem de ser mais barato. Por outro lado, o seu funcionamento é menos suave devido aos trancos sentidos a cada troca de marchas. Para os motoristas que buscam uma dirigibilidade mais esportiva, há o sistema automatizado que utiliza duas embreagens (DSG, DCT, PDK, etc) que substituem o conversor de torque, realizando as trocas de marchas mais rapidamente, mantendo o conforto.
- Câmbio continuamente variável (CVT): diferentemente dos outros tipos de câmbios automáticos, este não possui engrenagens ou discos. Seu funcionamento é realizado por meio de uma “ligação direta” entre o motor e os eixos do automóvel e seu principal diferencial é proporcionar maior conforto e melhor autonomia com menor consumo de combustível. O câmbio CVT funciona com duas polias, ligadas por uma corrente metálica, trabalhando uma contra a outra. A medida que essas polias vão mudando a suas posições, a corrente vai aumentando ou diminuindo a sua dimensão e, com isso, vai mudando a relação das marchas.
Câmbio automático exige manutenção preventiva para funcionar adequadamente
Neste sentido, independentemente do tipo de câmbio, o processo de troca do fluído de transmissão automática deve ser realizado de forma zelosa. O procedimento é simples e pode ser feito de forma manual ou com o uso de uma máquina específica para a troca de fluídos, a qual auxilia o reparador especialmente em relação ao tempo e à qualidade da troca.
Além disso, é preciso atentar-se ao período de troca do fluído de transmissão automática, o qual geralmente está especificado no manual do veículo. Em raros casos em que não há a recomendação, o adequado é realizar a troca a cada 40.000 ou 50.000 quilômetros rodados.
Se houver usos mais severos, como em engarrafamentos diários e frequentes, o período de troca deve ser menor, a cada 30.000 km. De qualquer modo, é sempre importante contar com a avaliação de um especialista, alerta Marcelo Martini, gerente de Vendas do Aftermarket da FUCHS, um dos maiores fabricantes de lubrificantes e produtos relacionados do mundo.