A JAC é certamente a marca que mais aposta em veículos elétricos no Brasil. Prova disso é que nesta semana a marca lançou, oficialmente, seu 5º modelo do tipo no País (contar os caminhões urbanos), o e-JS1, por R$ 149.990. O hatch subcompacto já teve pré-venda iniciada no primeiro semestre e traz motor de 62 cv e autonomia para até 300 km.
O e-JS1 marca uma nova fase para a JAC Motors na produção de elétricos. Afinal, trata-se do primeiro projeto desenvolvido em conjunto com a Volkswagen, uma vez que a empresa alemã adquiriu 50% da JAC na China para formar a joint venture Sol no País asiático. Não à toa, um olhar mais atento vai conseguir identificar uma série de similaridades entre o e-JS1 e o up!, por exemplo, subcompacto que serviu de boa base de inspiração em design e até compartilhamento de peças internas com o modelo chinês.
Com 3,65 m de comprimento e 2,39 m de distância entre-eixos, o e-JS1 segue a cartilha de um city car, ou seja, tem uma proposta primordialmente urbana. Para isso, conta com uma bateria relativamente pequena, de 30 kWh que permite até preservar o peso do carro em 1.180 kg, o que pode ser considerado leve para os padrões de carros elétricos. Contudo, ainda que a bateria seja leve e menor, sua eficiência é elogiável, uma vez que com carga cheia o hatch pode alcançar os 300 km de autonomia.
E para empurrá-lo durante o trajeto, o e-JS1 conta com um motor elétrico instalado sobre o eixo dianteiro, capaz de gerar 62 cv de potência e 15,3 kgfm de torque. Dada à característica natural de entrega imediata de torque, os 15,3 "quilos" até fazem parecer que o modelo possui mais 43 cv a mais. E, durante nossa avaliação, o fôlego que o e-JS1 demonstrou ter agradou. Nada que seja surpreendente, nem esportivo, já que nem faz parte de sua proposta dar emoção, mas tendo agilidade semelhante à do up! TSI é digno de elogios.
Agora, elogiável mesmo, é o comportamento dinâmico do carro. Ao volante, percebemos o "dedo" da Volkswagen no projeto do e-JS1, sobretudo em relação à suspensão: seu trabalho é surpreendentemente macio e silencioso. O acerto do conjunto traz equilíbrio próximo ao que notamos nos carros da marca alemã, algo que representa um baita salto de qualidade em comparação com os modelos 100% JAC.
Outra evolução notável por conta do projeto em parceria está no acabamento interno. Com uma pegada mais jovial por conta das peças coloridas, o interior do subcompacto aparenta estar mais caprichado, ao menos no encaixe das peças. Não há rebarbas ou falhas aparentes, mas também não espere por qualquer sofisticação. Tirando o já vantajoso couro sintético para apoiar os cotovelos na porta e no console central, tudo é revestido de plástico duro comum mesmo. Ao menos ele traz duas telas digitais de destaque: uma para o painel de instrumentos e outra para a central multimídia (que não tem espelhamento por Android Auto, nem CarPlay e não é das mais rápidas, mas pelo menos é intuitiva).
Posicionado no limiar dos R$ 150 mil, o e-JS1 expande o público que está se formando para os carros elétricos. O preço está longe de ser popular, mas pode chamar atenção de quem busca amortizar custos de rodagem no trajeto casa-trabalho, já que imaginá-lo como veículo versátil para qualquer uso é exagero, tanto por conta da autonomia relativamente limitada para viagens, quanto pelo porta-malas de 121 litros, apenas. De qualquer maneira, ele certamente ajuda a colocar a JAC no radar de quem está interessado em entrar no mundo dos elétricos com uma opção racional e confiável, como o e-JS1 se mostra ser.