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Hyundai e Kia exibem motores Smart Stream na International Powertrain Conference

Revelada no Salão de Frankfurt, a família inclui motores com turbo, injeção direta e variadores dos comandos de válvulas na admissão e na exaustão

A era do abastecimento vive um momento delicado, como já mencionamos na primeira reportagem da série "O drama dos motores a combustão". Mas há investimentos que já foram feitos nesta tecnologia centenária e que só agora começam a dar frutos, como mostra a International Powertrain Conference, na Coreia do Sul. Foi por lá que Hyundai e Kia mostraram mais uma vez sua nova família de propulsores, chamada de Smart Stream, que estreou de modo muito discreto no Salão de Frankfurt, em setembro.

 

Nenhuma das grandes estreias das marcas no evento alemão trazia os novos motores sob o capô. Nem ele nem a nova transmissão automatizada de dupla embreagem de 8 marchas, com embreagens banhadas a óleo. O que não impediu ninguém de conhecer os motores 1.6 a gasolina (T-GDi) e diesel. O que nos interessa mais de perto, a gasolina, traz injeção direta, turbocompressor e, mais do que isso, com o sistema CVVD, ou Continuously Variable Valve Duration. Que vai muito além do que as marcas estão dispostas a divulgar a essa altura. Pelo menos explicitamente.

Segundo Hyundai e Kia, os novos motores Smart Stream incorporam tecnologias capazes de ampliar suas eficiências energéticas a mais de 50%. Para se ter uma ideia do que isso representa, a Daimler comemorou recentemente o fato de seus motores Mercedes-Benz de F1 terem quebrado a barreira dos 50% de eficiência. Um recorde que ainda não hava sido batido: os motores a combustão mais eficientes do mundo conseguem, no máximo, uma eficiência de 40%. Em outras palavras, de cada R$ 100 gastos em combustível, R$ 40 viram movimento e R$ 60 se perdem na forma de atrito e calor.

Com o CVVD, Kia e Hyundai provavelmente adotarão nos novos motores um ciclo diferente do Otto, à moda Miller e Atkinson, se é que ela não o chamará por um nome diferente, como fez a Volkswagen com o ciclo B (de Ralf Budack, engenheiro que o desenvolveu). Como mostra o vídeo acima, de um motor da Toyota usado nos modelos híbridos vendidos na Europa, como o Yaris e o C-HR, a válvula de admissão fica aberta por mais tempo, permitindo que o cilindro empurre de volta parte da mistura e gaste menos energia para comprimi-la. Com isso, o ciclo de expansão é sempre maior que o de compressão, o que torna o motor mais eficiente.

Segundo o grupo Hyundai, até 2022 a nova família Smart Stream estará completa. Ela será composta por 10 motores a gasolina, 10 diesel e 6 novas transmissões. O que lhes dará apenas 3 anos de boa vida, já que 2025 será o ano em que sua preponderância começará a ser verdadeiramente ameaçada por trens de força híbridos e totalmente elétricos.

Hyundai Next Generation FCEV

No mesmo evento, o grupo Hyundai também destacou o papel que as pilhas de combustível terão na mobilidade do futuro. Para isso, ela destaca seu futuro FCEV, sobre o qual já escrevemos por aqui ainda em forma de conceito. O modelo de produção, que não foi apresentado, terá carroceria crossover, motor de 163 cv e uma autonomia de 800 km. A do conceito, que já era bem impressionante, chegava aos 580 km.

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