O leitor mais assíduo já conhece a sessão Guia de Compra Kelley Blue Book, mas como ainda é um quadro recente, não custo apresentar novamente. Aqui, periodicamente, apresentamos opções de compras no mercado de veículos brasileiros, relatando desde seu desempenho aos defeitos, sem esquecer de sugerir qual versão comprar. Já fizemos isso com JChevrolet Onix, Jeep Renegade, Honda Fit e outros. Hoje entraremos em uma polêmica ao falar do primeiro francês da coluna, o Peugeot 208.
Muita gente torce o nariz ao falar de veículos franceses, seja pela suposta fragilidade ou por um temor de desvalorização acentuada. No entanto, será que esses medos são justificáveis quando tratamos do compacto da Peugeot? Vale lembrar também que o 208 está prestes a ganhar uma novíssima geração no Brasil, o que pode se tornar um aliado na hora de conseguir um desconto na compra de um novo.
Vamos ao Guia de Compra KBB com o Peugeot 208:
EQUIPAMENTOS E TECNOLOGIA
PRÓS E CONTRAS
QUAL VERSÃO COMPRAR?
DESEMPENHO
O Peugeot 208 pode oferecer desempenho agradável para qualquer motorista, desde os que não se importam com isso, e aí podem optar pelas versões 1.2 ou 1.5, aos que desejam andar mais forte, que podem optar por um GT equipado com motor 1.6 THP. Em nenhuma delas vai faltar força, mesmo nos motores menores, mas obviamente a versão turbinada anda muito mais.
Confira o preço KBB de todas as versões do Peugeot 208
Vamos focar nas duas motorização mais racionais para a cidade: 1.2 de 90 cv e 13 kgfm conectado ao câmbio manual de cinco marchas e o 1.6 aspirado de até 122 cv e 16,4 kgfm de torque com o câmbio automático de seis velocidades. Um privilegia o consumo, tendo alcançado até o posto de mais econômico do Brasil em seu lançamento, enquanto o outro é focado no conforto.
O desempenho do 208 1.6 AT com seis marchas é na medida. Na cidade ele é esperto, enquanto na estrada é o suficiente para não faltar potência em nenhuma situação. O câmbio tem boas relações e trocas suaves e ágeis.
Cuidado para não optar por versões automáticas com câmbio de quatro marchas. Apesar de ser uma caixa robusta e confiável, a falta de marchas faz o consumo subir muito, além de ter relações mais longas e obrigar o motor a trabalhar em faixas de rotações mais altas, causando desconforto acústico.
Já o 1.2 manual apresenta uma característica que pode irritar um pouco. O câmbio manual não tem os engates tão precisos quanto se espera, mas é uma questão driblada após o convívio. Apesar de pequeno, o propulsor de três cilindros garante bastante agilidade ao 208 na cidade e não faz feio na estrada.
CONFORTO INTERNO
Para o motorista praticamento tudo é benéfico dentro do 208. O conceito i-Cockpit, com painel de instrumentos visualizado por cima do volante de aro reduzido, garante uma boa pegada para dirigir. A posição de dirigir também é adequada, enquanto a coluna de direção é ajustável.
Os comandos estão todos próximos do motorista, o que facilita a ergonomia, bem como o a central multimídia que está mais próxima ao condutor. No entanto, faltam porta-objetos, os melhores são os das portas, mas não são tão práticos.
Outra características que será sentida especialmente pelos passageiros é a falta de espaço, mas não mais do que o esperado para um compacto. A suspensão não filtra tão bem os buracos e transmite alguns ruídos incômodos. O painel e outras partes do carro também fazem mais barulho do que o convencional, essa, aliás, é uma das principais queixas de proprietários, junto com o atendimento na rede de concessionários (algo que a Peugeot tem lutado para melhorar nos últimos anos).
EQUIPAMENTOS E TECNOLOGIA
Desde 2013, quando foi lançado no Brasil, o 208 conta com ar-condicionado, direção elétrica, airbags frontais, freios com ABS e EBD, vidros dianteiros elétricos e computador de bordo. No entanto, nos mais equipados é possível encontrar câmera de ré, piloto automático, sensores de estacionamento dianteiros e traseiros, sensores de chuva e de luminosidade, além de até seis airbags.
Se estiver pensando em comprar uma configuração com motor 1.2, apresentado em 2017 como linha 2018, opte pela Allure. A partir dessa há os itens que diferenciam o 208, como o teto de vidro panorâmico, além dos airbags laterais, piloto automático e ar-condicionado digital de duas zonas. Foi a partir desse ano/modelo que a central multimídia foi atualizada para ter Android Auto e Apple CarPlay.
PRÓS E CONTRAS
Vantagens | Desvantagens |
Design | Suspensão |
Dirigibilidade | Pós-venda |
Economia de combustível | Ruídos |
Equipamentos | Câmbio AT4 |
Desempenho | Espaço |
QUAL VERSÃO COMPRAR?
Finalmente falaremos de desvalorização. Sim, o Peugeot 208 desvaloriza mais que seus rivais. A média do modelo é de 7,41% de desvalorização ao ano. Mas será que é tão mais alta que alguns rivais? Para o Volkswagen Polo, sim. O modelo da marca alemã tem média de 4,76% ao ano de desvalorização. No entanto, o Yaris, da cultuada Toyota, desvaloriza 6,67% ao ano, enquanto o Fiat Argo tem média de 6,16%. Portanto, não é nenhuma diferença absurda. Está na média do segmento.
Conforme falamos acima, se for escolher uma configuração manual, opte pela 1.2 Allure. Com os itens já citados, a configuração tem preço médio de R$ 43.993, mas é possível encontrar por R$ 42 mil. Como sempre, o preço de particular é mais vantajoso, por R$ 40 mil você leva um 208 para casa. Se você prefere um automático, opte pelo Griffe. Apesar de existir Allure 1.6 AT, os Griffe são mais completos e a diferença de preço média é de apenas R$ 2 mil. Vale ressaltar ainda que é possível encontrar unidades mais antigas, as primeiras feitas por aqui, com preços abaixo dos R$ 30 mil.
Agora, se você deseja pelo desempenho do motor 1.6 THP de 173 cv da versão GT, você terá que desembolsar pelo menos R$ 56.962. Você pode consultar outros anos e versões em nossa ferramenta de preço.