As entidades que reúnem fabricantes e concessionários no Brasil, respectivamente a Anfavea e a Fenabrave, erraram suas previsões de vendas para o ano passado. A Anfavea ainda está por divulgar seus resultados oficiais, mas a Fenabrave já admitiu a previsão furada. O que, para ela, não é problema nenhum. Afinal de contas, o resultado foi bem melhor do que o esperado: 13,74% se considerados apenas automóveis e comerciais leves. Se todos os segmentos medidos pela Fenabrave forem levados em conta, o crescimento foi de 13,58% em 2018. Depois de revisar sua previsão pela quarta vez, a entidade havia apostado que o mercado cresceria 13%, como publicamos em outubro. Erro pequeno, que a Fenabrave provavelmente gostaria que fosse maior.
Para 2019, a entidade prevê um crescimento acima de 10%. Isso mesmo com uma aposta de crescimento de 11% para carros e comerciais leves, 15,4% para caminhões e 17,9% para ônibus. Isso porque o setor de motos, que tem um volume alto de vendas, talvez cresça abaixo dos 10% e puxe os números gerais para baixo. Afinal, elas representaram 25,7% de todos os veículos vendidos em 2018. Automóveis e comerciais leves foram 67,6% de todo o volume, como mostra o gráfico abaixo.
Entre os modelos mais vendidos, o Chevrolet Onix garantiu o primeiro lugar pelo quarto ano consecutivo, com 210.458 unidades. O segundo colocado foi o Hyundai HB20, com vendas que representaram pouco mais da metade das atingidas pelo concorrente da GM: 105.506 exemplares. Entre os SUVs e crossovers, a vitória no ano ficou com o Jeep Compass, 10º carro mais vendido do país, com 60.284 unidades. O Honda HR-V, antigo líder entre os compactos, perdeu a majestade para o Hyundai Creta: foram 48.976 unidades deste último contra 47.959 do Honda. Diferença apertada, mas que mostra bem como anda a disputa neste segmento. Que, aliás, é responsável por um fenômeno curioso de nosso mercado, que a imagem abaixo ilustra bem:
Para quem já foi líder de mercado nos automóveis, a Fiat amargou um preocupante sexto lugar. Ficou atrás de GM, Volkswagen, Ford, Hyundai e Renault. Entre os comerciais leves, a empresa lidera com folga, o que lhe dá um terceiro lugar geral. De todo modo, não se deve falar mais em Fiat, mas sim em FCA, que junta as marcas Fiat e Jeep. E, quando se faz isso, a empresa por pouco não se manteve líder no mercado brasileiro: ficou com 17,51%, à frente da VW (14,9%), mas sutilmente atrás da GM (17,58%). Algo que deve piorar nos próximos anos. Se a FCA não reforçar sua linha de automóveis, ficará à mercê das novas picapes médias monobloco da GM e da VW, chamada Tarok. Sem contar a que a Hyundai também pensa em fabricar...