Em 18 de junho de 2016, o ator Anton Yelchin deveria ter ido a um ensaio noturno, mas não apareceu. Um amigo, preocupado, foi a sua casa para encontrá-lo, morto, prensado entre seu Jeep Grand Cherokee e o portão de sua casa. Havia a suspeita de que seu carro estava envolvido em um recall para mais de 1,1 milhão de unidades por conta do câmbio automático, que voltava à posição central mesmo quando colocado em P. Segundo relatos da época, o carro estava com a alavanca em N e com o motor ainda funcionando. Pois nesta quinta (22), a FCA, fabricante do carro, e a família do ator anunciaram ter chegado a um acordo no processo que os pais de Yelchin moviam por homicídio culposo.
Os termos do acordo não foram revelados, mas devem ter envolvido uma indenização bastante expressiva. Isso porque o motivo do recall, que havia sido convocado em abril daquele ano, certamente foi a causa da morte do ator. O pai dele, o patinador Victor Yelchin, contou que recebeu a notificação sobre a convocação para corrigir o câmbio sete dias após o acidente. O último filme de Yelchin, "Throroughbreds", ainda sem título em português, foi lançado este mês nos EUA.
Ainda que o caso já tenha dois anos, ele ainda mostra a importância de efetuar um recall assim que se tem notícia dele. No Brasil, apenas 6% de todos os carros convocados para reparos de segurança passam pela correção. O que só contribui um pouco mais para nossos números já alarmantes de mortes no trânsito.
Foto de Heather McCall