Quando se fala em identidade de marca, ou family face, poucas fabricantes de carros pegam tão pesado nisso quanto a Audi. Por vezes, é preciso reparar no emblema para saber se o que está diante dos olhos é um A6, um A4 ou um A8. E o primeiro modelo elétrico da marca não nega a tradição. O e-tron é exatamente igual a todos os demais SUVs da Audi e é, provavelmente, o mais paisano dos elétricos em todo o mundo. Os mais desatentos só saberão que ele é elétrico pela ausência de ruídos ao rodar e quando ele parar para recarregar.
Já à venda na Alemanha por € 79.900, e com previsão de entrega até o final do ano, o e-tron tem 4,90 m de comprimento, 1,62 m de altura e um entre-eixos de 2,93 m. Assim como o Mercedes-Benz GLE, ele é bastante aerodinâmico, com coeficiente de arrasto de apenas 0,28. O porta-malas comporta 660 litros de bagagem em sua posição normal e 1.725 l com os bancos rebatidos. O modelo conta com dois motores elétricos, um para cada eixo, e uma potência total de 408 cv. O torque, como convém a qualquer elétrico, é generoso: 67,3 kgfm.
A bateria de 95 kWh entregará, segundo a Audi, uma autonomia de 450 km. E poderá ser recarregada em 80% em apenas 30 minutos com um carregador rápido de 150 kW. A velocidade máxima do modelo é limitada a 200 km/h e a aceleração, de 0 a 100 km/h, acontece em até 5,5 s. Pior do que o Mercedes-Benz EQC, que já é pior do que o Tesla Model X, o bicho-papão entre os SUVs elétricos na atualidade. Falando no EQC, o Audi e-tron também não menciona um porta-malas dianteiro, provavelmente pelos mesmos motivos do concorrente da Mercedes-Benz: redução de custos.
Por dentro, o modelo traz o já tradicional Virtual Cockpit, com tela de 12,3 polegadas, e duas telas no console central, para controles gerais do carro e a central multimídia: a de cima tem 10,1 polegadas e a de baixo, 8,8 polegadas. Mas o que chama mesmo a atenção são duas pequenas telas de 7 polegadas de cada lado, destinadas a exibir as imagens das câmeras externas que fazem as vezes de retrovisores. Diz a Audi que é uma primazia no segmento automotivo, mas a Lexus já deu ao novo ES essa opção.
