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Anfavea "comemora" erro em previsão e espera crescimento de 2 dígitos para 2018

Previsão de crescer 7,3% este ano foi derrubada por acumulado até novembro, já em 9,8% de aumento em relação a 2016

Nem sempre é ruim errar. É o que a Anfavea deixou bem claro em sua última apresentação de resultados de 2017, referente ao mês de novembro deste ano. Com uma previsão de crescimento já revisada para 7,3%, a entidade confessa que errou de novo diante dos resultados acumulados. Até o último dia do mês passado, os licenciamentos já haviam crescido em 9,8%. E é possível que dezembro melhore essa marca ainda mais, apesar de Anfavea ter uma abordagem bastante cautelosa em relação a isso. "Esperamos errar de novo a previsão no ano que vem, desde que seja para menos", disse Antonio Megale, presidente da entidade. Certo é que a Anfavea já prevê um crescimento de 2 dígitos para 2018, ainda que este resto de dezembro possa permitir que isso aconteça já este ano.

Um dos sinais de que isso poderá acontecer é a média diária de vendas, que em novembro chegou a 10.210 unidades emplacadas. Foi a primeira vez em que isso aconteceu em 2017. Considerando os resultados ascendentes, e as metas de vendas que toda concessionária tem para bater até o final do ano, é muito provável que este número seja ainda melhor neste último mês.

Números de vendas ascendentes

Vale lembrar que o bom resultado veio em um mês que foi apenas estável em volume de vendas comparado a outubro. Novembro teve 204.205 unidades comercializadas, contra 202.857 no mês anterior, o que dá uma variação de menos de 1% (exatos 0,7%). Em suma, basta que dezembro seja "apenas estável" para que a indústria já tenha o que comemorar. E ela tem não apenas em licenciamentos (especialmente fortes entre os importados), mas também em produção e em exportação.

Exportação de carros

Novembro foi 18,7% melhor do que outubro em vendas ao exterior e 28,8% melhor em relação ao mesmo mês em 2016. No acumulado, as associadas da Anfavea exportaram 53,3% a mais do que em relação ao ano passado. O ano provavelmente deve fechar com mais de 745 mil veículos exportados. E isso, evidentemente, impacta na produção.

Produção de veículos

Até o final de novembro, foram produzidos quase 2,5 milhões de automóveis (2.485.979, para sermos exatos). E novembro manteve uma média de 249 mil unidades, em linha com o que foi feito em outubro. Se dezembro mantiver o mesmo ritmo, algo pouco provável considerando as férias coletivas, seria possível chegar a mais de 2,7 milhões de unidades, o melhor número desde 2014.

Livre comércio com a União Europeia

Em sua entrevista coletiva, Megale respondeu à KBB sobre como o acordo de livre comércio do Mercosul com a União Europeia poderia afetar o andamento do Rota 2030, o novo plano estratégico para a indústria automotiva nacional. "Tudo indica que agora há vontade política, tanto do Brasil quanto da Argentina, para concretizar este acordo, que prevê livre comércio ao final do acordo, que tem um prazo mínimo de 10 anos. E o Rota 2030 tem o plano de justamente tornar a indústria brasileira competitiva. Não apenas como um polo produtor, mas também como um polo de desenvolvimento".

Antonio Megale, presidente da Anfavea

Questionado por outros jornalistas se o Rota 2030 não poderia ser também condenado pela OMC (Organização Mundial do Comércio), a exemplo do que aconteceu com o Inovar-Auto, o presidente da Anfavea mostrou confiança de que isso não acontecerá. "O Inovar-Auto foi condenado por duas coisas que seriam discriminatórias contra produtos importados: a exigência de compra de peças produzidas na região e de cumprimento de etapas fabris também por aqui. O Rota 2030 não tem nenhuma exigência deste tipo."

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