O segmento dos carros "populares" (se é que ainda podemos chamar assim) já passou por diversas revoluções durante a história. Desde a inserção do motor 1.0 com o Fiat Uno Mille à revolução do design com o Hyundai HB20. Houve ainda a revolução da conectividade, proporcionada especialmente pelo Onix com a central multimídia MyLink.
Agora, a Chevrolet pode estar novamente revolucionando o segmento. Quando iniciaram as divulgações do novo Onix, a mídia especializada apostava no reposicionamento do modelo para enfrentar carros como o Volkswagen Polo e Virtus. No entanto, a marca surpreendeu ao basicamente manter os preços anteriores e trazer uma evolução digna de um patamar acima.
Conheça todas as versões, preços e equipamentos da nova geração do Chevrolet Onix
Além dos preços, o modelo conta com itens inimagináveis em veículos de entrada até pouco tempo. São 6 airbags, coisa que a Ford teve oportunidade de colocar no Ka, mas não fez. Há ainda controles de tração e estabilidade e assistente de partida em rampas, itens que começaram a aparecer recentemente nas versões mais caras e automáticas dos concorrentes, mas é de série no Onix.
Há ainda inovações como a presença de internet 4G nativa com possibilidade de conectar sete dispositivos, carregador por indução e sensor de ponto cego. Isso sem falar em tecnologias já adotadas na concorrência, como chave keyless e partida por botão. A grande vantagem é que o Onix Plus custa, em média, R$ 10 mil a menos que modelos com mesmo nível de equipamentos.
Não é só equipamentos
Se engana quem ao ver as listas de itens acredita que a Chevrolet apenas recheou o Onix. A marca também correu atrás do prejuízo e finalmente apresentou uma nova família de motores. Batizados de Ecotec, ambos são 1.0 de três cilindros, o aspirado rende 82 cv e 10,6 kgfm de torque, enquanto o turboalimentado conta com 116 cv e 16,8 kgfm.
Tivemos a oportunidade de dirigir a versão topo de linha do sedã e apesar da ficha técnica apontar considerável diferença de potência em relação ao Volkswagen Virtus, único sedã 1.0 turbo automático no mercado, a Chevrolet garante que o 0 a 100 km/h é feito em tempo menor. De fato, na rodovia não houve dificuldade de chegar aos 120 km/h, pelo contrário. Retomadas também são feitas de maneira muito satisfatória. A aceleração pode não ser empolgante, mas é mais do que suficiente em qualquer situação.
Se na geração anterior do sedã a transmissão "sobrava" em relação ao motor 1.4, agora a combinação é mais harmoniosa. As trocas são suaves e as marchas possuem bom escalonamento. Um dos motivos para a melhoria é a melhor distribuição do torque em rotações mais altas.
O que mais chamou atenção no modelo foi o silêncio abordo. Mesmo em rotações mais altas o barulho do motor não invade a cabine, onde se escuta apenas barulho de vento e do atrito dos pneus. Outro destaque está para o trabalho do conjunto de suspensão.
Apesar de estar 40% mais rígida na traseira, a suspensão garante excelente estabilidade e segue filtrando bem as imperfeições do solo. Faltou ao teste situações em cidade e curvas mais fechadas para conferimos o desempenho.
Então não há falhas no novo Onix? Há sim. A primeira delas está no painel, onde apenas o computador de bordo é digital e monocromático. Outra falha é em relação ao câmbio, que não conta com paddle shifts (presente no novo HB20) e as trocas manuais são feitas na alavanca do câmbio e somente quando a posição "L" está selecionada. O terceiro ponto de incômodo é a ausência de saída de ar-condicionado para o banco traseiro.
Mecanicamente, apesar da grande evolução, há ainda um detalhe que poderia ser melhor, a injeção. Ao contrário da versão chinesa, o motor brasileiro não é dotado se injeção direta, ainda assim, segundo o Inmetro, é capaz de fazer até 17 km/l na estrada com gasolina, se tornando o turbo mais econômico do Brasil.
Enfim, podemos dizer que finalmente temos um carro de entrada com padrão de equipamentos, segurança e qualidade minimamente aceitável em termos globais.
Ficha técnica
Modelo | Chevrolet Onix Plus Premier |
Motor | 1.0, 12V, 3 cil., dianteiro, transversal, flex, turboalimentado |
Potência | 116 cv a 5.500 rpm |
Torque |
16,8 kgfm a 2.000 rpm (16,3 kgfm com gasolina) |
Câmbio | Automático de seis marchas |
Tração | Dianteira |
Freios (d/t) | Discos ventilados / tambor |
Suspensão (d/t) | McPherson / eixo de torção |
Dimensões (C/L/A) | 4,47 m / 1,73 m / 1,47 m |
Entre-eixos | 2,60 m |
Peso | 1.117 kg |
Porta-malas | 469 litros |