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O Primeiro Carro Fabricado em Série no Brasil e o Marco da Indústria Automobilística Nacional

Descubra a história do Romi-Isetta, o microcarro pioneiro produzido pela Indústrias Romi em 1956. Conheça suas especificações técnicas, processo de fabricação, impacto na indústria brasileira e curiosidades que eternizaram esse ícone da mobilidade urbana.

A História do Romi-Isetta no Brasil

A Romi-Isetta foi o primeiro carro fabricado em série no Brasil, com a produção iniciada em 1956 pela Indústrias Romi, localizada em Santa Bárbara d’Oeste, São Paulo. A produção aconteceu sob licença da empresa italiana Iso, que já fabricava o modelo Isetta na Europa. O lançamento do Romi-Isetta marcou o início da indústria automobilística brasileira e simbolizou um passo importante para a produção local de veículos.

O modelo é um microcarro compacto, com design monovolume e uma única porta frontal que se abre junto com a coluna de direção. Ele era pensado para ser um veículo urbano, econômico e funcional, numa época em que o Brasil estava iniciando sua industrialização automotiva. A Indústrias Romi, tradicional fabricante de máquinas operatrizes, adaptou sua linha produtiva para fabricar o carro, o que exigiu adaptações e um esforço conjunto com fornecedores locais para a nacionalização dos componentes, que chegou aproximadamente a 72%.

A produção do veículo, que durou até 1961, totalizou aproximadamente 3.300 unidades. Apesar da importância histórica, o Romi-Isetta não recebeu incentivos governamentais significativos na época, o que limitou seu potencial comercial.

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Especificações Técnicas Detalhadas

O Romi-Isetta apresentava um motor transversal traseiro, inicialmente um motor de dois tempos de 236 cm³ e 9,5 cavalos de potência, com câmbio manual de 4 marchas. Em torno de 1959, o motor foi substituído por uma unidade BMW monocilíndrica de quatro tempos, 298 cm³, que produzia 13 cavalos e torque de 1,9 mkgf a 4.200 rpm.

O câmbio, localizado na parede lateral esquerda, era de 4 marchas à frente e 1 marcha ré, e a transmissão acontecia por duas correntes que levavam a força para as rodas traseiras, dispensando o uso de diferencial devido à proximidade das rodas motrizes.

A suspensão dianteira era independente, usando molas de borracha e amortecedores por fricção, enquanto a traseira era de eixo rígido com meio feixe de molas. Os freios eram hidráulicos a tambor nas quatro rodas.

Destaque para a carroceria monovolume, com amplo uso de acrílico nas janelas (exceto para-brisa, que era de vidro), o que ajudava a reduzir o peso. O teto solar era de lona deslizante, uma característica que melhorava a ventilação na cabine de dois lugares (sem bagageiro). As rodas eram de aro 10 polegadas.

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Processo de Fabricação

A produção do Romi-Isetta seguia um processo semi-artesanal, parecido com o de outros carros da época, porém a Romi fabricava internamente o sistema de

direção e o eixo traseiro. A maior parte dos componentes, como motor, câmbio, carroceria já pintada e tratada, vinham de fornecedores.

O carro era montado começando pelo chassi, que recebia motor, câmbio, sistema de direção e eixo traseiro. As carrocerias eram suspensas por guindastes para fixação no chassi. Depois, instalavam-se os bancos, acabamentos internos, painel, rodas, pneus, vidros de acrílico, lona do teto, faróis e lanternas.

Cada unidade demorava entre 50 e 70 horas para ser montada, variando conforme interrupções de turno e feriados. Aproximadamente 90 trabalhadores participavam da linha de montagem.

Após a montagem, os carros passavam por um teste em campo, onde recebiam as últimas regulagens antes de receber o selo final de aprovação.

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Contexto e Impacto na Indústria Brasileira

Na década de 1950 o Brasil ainda não tinha uma indústria automobilística consolidada. O Romi-Isetta inaugurou a fabricação nacional em série, ainda que seu porte reduzido e características técnicas fossem modestas. O governo Juscelino Kubitschek lançou sua política de incentivo para indústria automobilística, mas o Romi-Isetta ficou à margem, o que dificultou sua competitividade, especialmente em relação a modelos importados como o Fusca, que dominavam o mercado.

Apesar disso, o Romi-Isetta conquistou especial popularidade entre pessoas que buscavam um transporte compacto, econômico e inovador, incluindo artistas e moradores urbanos. O modelo é hoje um ícone da mobilidade urbana e da história automotiva brasileira.

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Curiosidades e Legado

- A porta frontal do carro, que incluía o volante e a coluna de direção, era uma solução incomum e original que chamava bastante atenção.
- O motor original de dois tempos tinha partida manual com manivela, semelhante a motocicletas.
- A transmissão por corrente dupla banhada em óleo era uma solução adotada para simplificar o sistema eliminando o diferencial.
- Mesmo após o fim da produção oficial, a fábrica montou algumas unidades extras com peças remanescentes até 1961.
- A Romi-Isetta teve seu design usado como base para versões elétricas contemporâneas, homenageando este pioneiro.

Seu design singular, produção local com elevado índice de nacionalização, e aceitação entre o público urbano caracterizam essa experiência pioneira, ainda que não tenha recebido os incentivos governamentais que impulsionaram fabricantes maiores posteriormente. O legado do Romi-Isetta vai além de um simples veículo; ele é um símbolo da mobilidade inteligente e acessível do pós-guerra, além de um testemunho da capacidade empreendedora e tecnológica das Indústrias Romi.

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